Manifesto Greve Climática

Manifesto Greve Climática

22/09/2020, 20:40:00 UTC
volt climate

Greve Climática Manifesto Volt

Em agosto de 2018 Greta Thunberg despoletou a onda que a 15 de março de 2019 levou mais de um milhão de jovens à rua a exigir Ação Climática. A 12 de dezembro de 2018, discursa no plenário da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e exige ação aos líderes mundiais. Entre 20 de setembro e em 27 de setembro de 2019, mais de 4500 eventos levaram as mesmas exigências às ruas, desta vez mais de 4 milhões de jovens deram a sua voz por esta causa. Após 2 anos de greve climática, e de luta para que a emergência climática fosse encarada pelos responsáveis políticos com o carácter primordial que esta exige, nenhuma passo concreto da magnitude exigida foi dado. As palavras que os jovens ampliam em uníssono nas greves climáticas estão a ser direcionadas a quem não lhes conhece o significado, ou pior ainda não sabe ou não quer ouvir. Impõe-se a reestruturação do plano pela luta Climática e pelo planeta. Não basta exigir ação e soluções aos responsáveis políticos. É necessário resgatar a responsabilidade política às gerações irresponsáveis, tomar as rédeas de encontrar e implementar soluções. Para isso impõe-se uma nova forma de fazer política, mais jovem, mais democrática, com uma visão mais ampla do futuro. Uma forma de fazer política que reconhece que os problemas globais não têm fronteiras, e que por isso, as suas soluções também não as podem ter.

No Volt consideramos que exigir soluções sem apresentar propostas concretas é desresponsabilizarmo-nos do nosso próprio destino. A ameaça das alterações climáticas à sociedade humana e ao planeta Terra é real, quantificável e mensurável. E sem propostas reais e exequíveis para as combater e mitigar os seus efeitos de forma eficaz e sustentável, as gerações mais novas arriscam assistir impotentes à concretização das previsões mais severas sobre o futuro. É por isso que no Volt encaramos a Ação Climática, no sentido de não só exigir ação, mas sim ação concreta, com propostas de ação coerentes baseadas e suportadas em evidência científica.


No Volt rejeitamos a dicotomia esquerda direita, e a tentativa dos actores políticos estabelecidos de reivindicarem para si a bandeira da acção climática. A Natureza e o Clima não esperam por calendários eleitorais, nem se compadecem por lacunas de estratégia política, ou tão pouco por lógicas de divisão sectária, não fazem distinção entre minorias ou maiorias, géneros ou confissões religiosas. As alterações climáticas são uma ameaça global que não distingue o Norte do Sul Global, a cultura Ocidental da Oriental, ou a politica de esquerda da de direita.


O Volt quer propor soluções que funcionem para todos, de implementação imediata, exequíveis e sustentadas pela ciência, sem estar acorrentado a agendas políticas tradicionais ou lobbies financeiros e industriais.

Recusamos assim, a narrativa de que a meta de redução das emissões de gases de efeito de estufa em 55% até 2030 seja ambiciosa. Esta meta representa por um lado, a capitulação dos intervenientes políticos com responsabilidades públicas aos interesses das indústrias petrolíferas, petroquímicas e construtoras automóvel. Por outro, revela que o pensamento político nos partidos convencionais têm lacunas na capacidade de pensar, propor e desenvolver visões de futuro diferentes que rompam com a dependência dos combustíveis fósseis. O Volt considera a meta de 2050 para a neutralidade carbónica um insulto à capacidade humana. A propósito do programa Apollo que levaria o Homem à Lua, J. F. Kennedy disse: “We choose to go to the Moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard; because that goal will serve to organize and measure the best of our energies and skills, because that challenge is one that we are willing to accept, one we are unwilling to postpone(…).” Em 10 anos o Homem foi à Lua, o Volt quer em 10 anos atingir a Neutralidade Carbónica, não por ser fácil, mas porque é difícil e é um objectivo que o planeta não se pode dar ao luxo de falhar. Propomos a redução em 80% até 2030 e a Neutralidade Carbónica até 2040. Para o conseguir o Volt propõe, na sua qualidade de 1o e, por enquanto único, partido Pan-Europeu, ações e políticas coordenadas a nível Europeu, capazes de liderar o mundo nesta viagem transformativa da sociedade humana. A nível Nacional propomos as seguintes políticas (financiadas em parte com Fundos Comunitários destinados à recuperação verde).